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A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER

Alderi Souza de Matos

calvinismo inglês atingiu o seu ponto culminante com a realização da Assembléia de Westminster, de 1643 a 1649. As circunstâncias desse grande evento são deveras interessantes. O rei Carlos I reinou simultaneamente sobre a Inglaterra e a Escócia (1625-1649). Embora tivesse sido criado como presbiteriano, ele tornou-se um ferrenho defensor do sistema episcopal, como todos os reis da época, e tentou impor esse sistema à Igreja da Escócia. Os escoceses se rebelaram, assinaram um Pacto Nacional e entraram em guerra contra o rei. Necessitando de recursos para enfrentá-los, Carlos convocou eleições parlamentares na Inglaterra, que resultaram, para sua grande frustração, em um parlamento majoritariamente puritano, ou seja, calvinista. Diante das tentativas de Carlos no sentido de dissolvê-lo, o parlamento também entrou em guerra contra o rei.

Foi nesse contexto de guerra civil que o parlamento inglês convocou a Assembléia de Westminster para reformar a Igreja da Inglaterra (Anglicana). A Assembléia era composta de 121 dos ministros mais cultos e piedosos do país, além de 30 membros do parlamento. Os trabalhos tiveram início no dia 1º de julho de 1643, na majestosa Abadia de Westminster, em Londres. Pouco depois, o parlamento, enfrentando dificuldades na guerra contra o rei, precisou recorrer ao auxílio dos escoceses. Por exigência destes, os dois grupos assinaram um Pacto Solene, mediante o qual a Igreja da Escócia teve o direito de enviar alguns representantes à Assembléia, os quais influenciaram decisivamente o rumo dos trabalhos.

Ao longo de vários anos, esses pastores calvinistas, muitos dos quais presbiterianos, elaboraram de modo paciente e criterioso vários documentos importantes nas áreas doutrinária, litúrgica e administrativa. Esses textos, que ficaram conhecidos como os “Padrões Presbiterianos”, são os seguintes: o Diretório do Culto Público a Deus, a Forma de Governo Eclesiástico e Ordenação, aConfissão de Fé, os Catecismos Maior e Breve e o Saltério. Uma vez concluído pela assembléia, cada documento era enviado ao parlamento para discussão e ratificação. Com a aprovação oficial desses documentos, a Igreja da Inglaterra tornou-se presbiteriana.

Sob a liderança de Oliver Cromwell, as tropas parlamentares derrotaram o rei, que foi executado. Todavia, nos anos seguintes manifestou-se o ponto fraco do calvinismo inglês. Cromwell e o exército, assim como muitos ministros, eram congregacionais. Em 1660, a monarquia foi restaurada sob Carlos II e a Igreja da Inglaterra voltou a ser episcopal. Cerca de dois mil pastores presbiterianos foram expulsos de suas igrejas, seguindo-se um longo período de intolerância e cerceamento. Rejeitados na sua terra de origem, os Padrões Presbiterianos foram calorosamente abraçados pelos escoceses. Através da imigração e do esforço missionário, esses padrões, especialmente os de natureza doutrinária (a Confissão de Fé e os Catecismos), foram levados para a Irlanda do Norte, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Brasil e outros países. Por mais de 350 anos, eles têm sido os principais documentos confessionais aceitos pelos presbiterianos ao redor do mundo.

OBSERVAÇÃO: Pesquisas, adições, comentários e ajustes feitos por Daniel Alves Pena.
"Bem que assim me parece a mim, mas pode ser que outro tenha mais entendimento do que eu”. ....................................................................................................................................

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